Exulte de alegria, esta é a noite!

Pe. Marcos Paulo Pinalli da Costa

As palavras que dão título a esta reflexão são usadas no Precônio Pascal. Entende-se Precônio por louvor, aqui precisamente a celebração do sacrifício vespertino de louvor. A maior e mais sublime solenidade da Igreja Católica, “a Luz do Cristo, o Rei eterno dissipa as trevas de todo o mundo”.

Nesta Vigília, recordamos a Páscoa judaica e atualizamos a Páscoa Cristã. Todo o mundo foi iluminado pela Luz da Ressurreição. A morte é consequência do pecado original, uma vez que, fomos redimidos pelo Cristo Ressurrecto, a morte foi vencida, o pecado perdoado e a vida eterna em Deus devolvida aos homens e mulheres, criados sua imagem e semelhança.

Para nós cristãos, a Páscoa significa a nova criação em Cristo. Ganha notoriedade o primeiro dia conforme o texto de Genesis: “2. A terra estava sem forma e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas. 3.Deus disse: “Faça-se a Luz!”. E a luz foi feita. 4.Deus viu que a luz era boa, e separou a luz das trevas. 5. Deus chamou à Luz dia, e às trevas noite. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o primeiro dia.” (Gn 1, 2-5).

Por isto acendemos o Círio Pascal, simbolizando a luz do Ressuscitado que na madrugada do primeiro dia venceu as trevas daquela noite traiçoeira vivida pelos que seguiram nosso Senhor. São Paulo escreveu: “14.Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé.”, cf. I Cor 15,14. Assim, o primeiro dia da semana se sobrepõe ao sétimo, e passa a ser não só o dia do Senhor, mas também o dia do descanso. Por isto, guardamos este dia como de preceito. Por vontade divina, o último dia, o sábado cede seu lugar ao primeiro dia, o domingo. O Cristo é Senhor do sábado e do domingo, assim como marcamos no Círio, ele é o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, a Ele pertence o Tempo e a Eternidade pelos séculos sem fim.

Então, acendemos o Círio Pascal e as outras velas com o “Fogo Novo” abençoado, significando a luz de Cristo que ilumina o nosso Tempo. Durante cinquenta dias o Círio será aceso na liturgia até a Solenidade de Pentecostes, quando celebraremos O Espírito Santo que desceu sobre os Apóstolos e Maria Santíssima como língua de fogo. Fora do tempo pascal o Círio é aceso na celebração dos sacramentos do batismo e da crisma.

Quão rico em ensinamento é o Precônio Pascal que contêm também os seguintes versos: “Esta é a noite que liberta aqueles que hoje por toda a terra creem em Cristo; das trevas do pecado e da corrupção do mundo; Noite que os restitui à graça e os reúne na comunhão dos Santos”. Este é o tempo de alegria, esta é a noite santa e esperada. Esta noite dá sentido à nossa existência, pois de Deus nascemos e para Ele vamos retornar. Esta é a noite da libertação: “De nada nos serviria ter nascido, se não tivéssemos sido resgatados (…) Para resgatar o escravo entregastes o Filho”.

Exultando de alegria neste Sábado Santo, a Igreja proclama solenemente: “Esta noite santa afugenta os crimes, lava as culpas; restitui a inocência aos pecadores, dá alegria aos tristes; derruba os poderosos, dissipa os ódios; estabelece a concórdia e a paz.”. Eis um convite à conversão, ao perdão, à alegria e à unidade para que sejamos promotores da concórdia e da paz.

Que a Virgem Maria interceda por nós, para que assumamos as promessas batismais, renunciemos a Satanás e suas obras e tenhamos a forte esperança de que este tempo difícil vai passar. Exulte de alegria, esta é a noite!

*Sacerdote da Diocese de Campos-RJ.

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