Olimpíadas, educação, atletas brasileiros e São Paulo de Társis

Os primeiros jogos olímpicos aconteceram por volta do ano 776 A.C na cidade de Olimpia, na Grécia, o mote onde moravam dos “deuses”. Pelo menos dois pontos podemos considerar para a realização de tais jogos: O primeiro era para apaziguar as diferenças políticas que culminavam em guerras “Homéricas” e unir seus cidadãos a cada quatro anos. Assim viveriam um tempo de respeito e de paz. O segundo era para cultuar os “deuses” do Olimpo, sobretudo, conforme a lenda, Zeus e seu filho Hérculespara homenageá-lo, de acordo com a representatividade e aptidão de cada participante.

Apenas cinco modalidades eram disputadas nas olimpíadas da Grécia antiga: corrida, lançamento de dardos, lutas, pentatlo (corridas, lançamento de disco, lançamento de dardo, salto em distância e luta.) No ano de 313 D.C, o Imperador Romano Constantino I, filho de Santa Helena, após sua conversão ao Cristianismo e assinar o Edito de Milão tornando a religião oficial do Estado, começou aenfraquecer as olimpíadas, que era uma prática religiosa pagã.

Na mesma linha de pensamento, pouco antes do ano 390 D.C, o cruel e terrível Imperador Romano Theodósio I, havia matado em combate cerca de dez mil gregos de Tessalônica que desejavam ser homens livres. Este imperador recebeu a cura de uma grave enfermidade, se converteu ao cristianismo e proclamou o Edito de Tessalônica proibindo o culto a outros deuses, os jogos olímpicos e determinando a religião cristã como oficial do império.

Assim, por vários séculos não aconteceram os jogos olímpicos a serem incentivados pelo Barão de Coubertin, Pierre de Fredy, descendente de Fernando III de Castela, francês, se destacando como historiador e pedagogo, sendo um grande educador. Assim como em outros períodos, Jean Piaget, nascido na Suíça cem anos depois, se destacando por desenvolver o método educacional “Construtivismo”, Ana Maria Montessori, Italiana, médica e pedagoga, não pode exercer a medicina, por ser uma das primeiras italianas a se formar nesta área e sendo proibida a observar corpos de homens. Desenvolveu o método Montessori para educar crianças com crianças com necessidades especiais na Universidade de Roma.

No Brasil, cito Paulo Freire, um recifiano que desenvolveu um trabalho de educação de adultos, chegando a educar adultos em 40 horas de aula. Pertenceu â Ação Católica, sempre criticou o comunismo, foi para o exílio e escreveu a sua maior obra, foi preso e exilado na Bolívia e no Chile, quando em 1968 escreveu sua obra mais conhecida, “A Pedagogia dos Oprimidos”, aplicando-a neste país. Foi para os EUA, lecionando em Harvard e depois para a Suíça. No Brasil, após a anistia retornou, ajudou a fundar o PT e era amigo de D. Arns, sendo reconhecido em 2012 como um dos principais educadores brasileiro e da humanidade.

Em nossas Igrejas, a presença da mulher é marcante e são a grande maioria. Nas olimpíadas deste ano, as mulheres se destacaram, sobretudo coletivamente. A mulher tem que conseguir seu espaço e lutar por seus direitos frente a uma sociedade machista que infelizmente ainda se manifesta. Sem desprezar nossos homens medalhistas, percebemos em cada medalha coletiva ou individual o choro, demonstrando a superação de si próprios. Parabéns à estas extraordinárias mulheres e; claro, aos homens também. Terminamos na 20ª segunda posição mundial. Muitas de nossas atletas, também os atletas se superaram depois de cirurgias, meses sem treinar e alguns superaram a depressão.

Enfim, considero São Paulo como o grande atleta de Cristo, quando escreveu, cf. I Cor 9, 23-35::“E tudo isso faço por causa do Evangelho, para dele me fazer participante nas corridas de um estádio, todos correm, mas bem sabeis que um só recebe o prêmio. Correi, pois, de tal maneira que o consigais. Todos os atletas se impõem a si muitas privações; e o fazem para alcançar uma coroa corruptível. Nós o fazemos por uma coroa incorruptível”. Como também cf. II Tm, 7-8: “Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. Resta-me agora receber a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia, e não somente a mim, mas a todos aqueles que aguardam com amor a sua aparição.”.

Autor: Pe. Marcos Paulo Pinalli da Costa, Sacerdote da Diocese de Campos.

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