Projeto Presença Samaritana da Diocese de Petrópolis vai atender famílias cadastradas nas paróquias
Rogério Lima Tosta – Diocese de Petrópolis (RJ)
Depois do atendimento de emergência, acolhendo vítimas das chuvas do dia 15 de fevereiro em Petrópolis, em diversas paróquias, principalmente na Paróquia Santo Antônio, no Alto da Serra, onde mais de 250 pessoas foram acolhidas e atendidas na primeira semana da tragédia. A Diocese de Petrópolis reativou o Projeto Presença Samaritana para atender as vítimas, desabrigados e desalojados, ao longo dos próximos meses com as doações que recebeu vindas das mais diversas regiões do país. “Não vamos abandonar ninguém e por meio da Presença Samaritana vamos a atender a todos”, afirmou o bispo diocesano, Dom Gregório Paixão, OSB.
Desde a semana do carnaval, o Diácono Permanente, Marco Carvalho assumiu a coordenação do Projeto Presença Samaritana e organizou todo o trabalho, com apoio de uma equipe para que as doações possam chegar às famílias. No primeiro momento, a entrega de cesta básica, material de limpeza e higiene pessoal foram entregues as pessoas que pediam, mas, a partir de agora, toda entregue será para as famílias cadastradas nas paróquias. “O cadastro é importante para que possamos entender qual a demanda da cidade. Temos as vítimas da tragédia, mas temos muitos pais e mães desempregados e muitos que estão empregados, porém, por conta do baixo salário e do alto custo dos alimentos precisam de ajuda. Com o cadastro nas paróquias vamos saber quantas famílias por região precisam ser atendidas”, explicou o diácono.
Nestas duas semanas, o Projeto Presença Samaritana estabeleceu duas frentes de trabalho para distribuição. A primeira foi atender as 29 escolas paroquiais e a segunda é atender a demanda das paróquias. Para as escolas estão sendo entregues alimentos, água, material de limpeza e higiene pessoal para as crianças. Marco Carvalho explicou que as diretoras fazem o levantamento do que precisam e o material é separado e entregue. Com este trabalho já foram atendidas a CEI da Sagrada Família, Creche Nossa Senhora Aparecida, Escola São João Batista e outras unidades.
Para as paróquias, os padres enviam as demandas deles, de quantas cestas básicas e kits de limpeza e higiene pessoal precisam para atender as famílias cadastradas. O diácono lembrou que “desde o início da pandemia aumentou muito o número de famílias que buscou ajuda nas paróquias e agora com a tragédia em Petrópolis, este número na cidade vai aumentar e por isso o cadastro na paróquia é fundamental”.
Como o objetivo do Projeto Presença Samaritana não é atender apenas com distribuição de alimentos. A coordenação do Projeto pediu aos padres que enviem uma cópia do cadastro das famílias para que possam ser visitadas por uma assistente social que fará o levantamento das necessidades de cada família. “Este trabalho não será fácil, mais a partir do levantamento social de cada família vamos ajudar a partir da necessidade de cada uma”, explicou Marco Carvalho, lembrando que cada família vive uma história diferente, mesmo tendo em comum a tragédia, o desemprego e em muitas uma doença.
O objetivo é que a assistente social faça o levantamento da necessidade de cada família, que pode ser apenas a construção de um muro de contenção, reconstruir uma parede, comprar móveis, orientação para busca de benefícios nas mais diversas áreas e até mesmo o apoio espiritual. Todo este trabalho, principalmente quando se tratar de reconstrução ou apenas melhorias, será realizado dentro de critérios, acompanhando orientações das autoridades competentes quando algo necessitar de laudo técnico.
A proposta nesta fase de visita às famílias é envolver depois as pastorais sociais para que façam o acompanhamento. “Uma família que tem um idoso, pode ser acompanhada pela pastoral do idoso. Uma família com gestantes, pode receber o apoio da pastoral da criança. Uma pessoa doente, pode ser acompanhada pela pastoral da saúde e, conforme a necessidade de cada uma, temos várias pastorais que estarão envolvidas para nos ajudar neste acompanhamento e apoio. Este trabalho de conjunto na Igreja em apoio às famílias e pessoas com alguma necessidade será fundamental”, afirmou Marco Carvalho.
A reativação do Projeto Presença Samaritana segue a orientação do bispo diocesano, Dom Gregório Paixão, OSB, e conta com apoio do clero diocesano. Alguns padres estão envolvidos diretamente neste projeto, contribuindo inclusive com o tempo deles na busca de soluções e apoio para atender as vítimas. Para o bispo diocesano o Projeto tem e deve ser uma presença na vida de quem vive essa tragédia e não apenas agora, no momento de emergência, mas ao longo dos próximos meses.