Um dia para servir e partilhar a vida com os pobres

Um dia para servir e partilhar a vida com os pobres

 

Estamos celebrando o Dia Mundial do Pobre, generosa iniciativa do Papa Francisco que quis, que o 33 º Domingo do Tempo Comum, fosse destinado a viver a comunhão solidária com nossos irmãos pobres. Este ano, com o lema inspirado no salmo 34,7: “este pobre clamou e foi ouvido”, está a exigir três atitudes, segundo o Papa Francisco, expressas em três verbos: escutar, responder e libertar.

 

Escutar, não apenas ouvir, mas, com um coração amigo e fraterno, deixar-nos acordar e comover pela súplica existencial do pobre. Responder com solicitude, pois a urgência e a ameaça da doença, da fome ou da morte, rodeiam os empobrecidos. Libertar, o que significa promover integralmente a uma cidadania plena e a fraternidade cristã, na comensalidade e na convivência igualitária.

 

Uma Democracia, e a própria Igreja, se avalia pela forma de tratar e servir aos pobres, pois eles são o termômetro verdadeiro da caridade social e da justiça. Neste dia, mais que dar coisas, ou oferecer uma “quentinha”, é bom fazer uma experiência de abertura e compaixão humanas, comer juntos, dialogar partilhando sentimentos, diminuindo distâncias, e aproximando a pele e o coração.

 

Na Bíblia, encontramos sempre a pergunta questionadora e interpelante: “onde dormirão os pobres”? É verdade que os rostos dos pobres são diversos, pois suas narrativas e histórias de vida, além de diferenciadas, mostram uma sabedoria e beleza singular, o que nos deve levar a respeitar e a amar sua identidade pessoal. Abramos nossas casas e Igrejas, para acolher, promover, proteger e integrar os irmãos pobres, mas, fundamentalmente, sejamos amigos e servos amorosos e fraternos condivindo a nossa vida com eles.

 

Gostaria de lembrar o testemunho do grande teólogo e mártir luterano Dietrich Bonhoefer: “A minha fome é uma questão biológica e material que devo saciá-la, enquanto que a fome do outro é para mim uma questão espiritual e teológica, que requer de mim atitudes caritativas, solidárias e responsáveis para socorrê-la.” Que o Deus dos pobres nos faça cada vez mais amigos, e irmãos, tornando-nos como eles, para construir e testemunharmos juntos, o Reino da Vida, da partilha e da solidariedade fraterna!

 

+Dom Roberto Francisco Ferreria Paz

Bispo Diocesano de Campos

Campos dos Goytacazes, 18 de Novembro de 2018.

 

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