Exemplos de Santidade

Jovem, surfista, médico e servo do Senhor. A história de fé de um jovem brasileiro que se tornou exemplo para a juventude mundial.

Guido Schäffer, um jovem de origem alemã, surfista carioca, estudou medicina e a exerceu por oito anos. Mais tarde entrou no seminário para ser sacerdote. Guido nasceu em Volta Redonda – Rio de Janeiro, em 22 de maio de 1974 e faleceu em 2009, pouco antes da sua ordenação presbiterial, em sua cidade natal, num acidente no mar, ocorrido quando surfava com seus amigos. No Rio de Janeiro a mãe Maria Nazareth Shäffer nos fala do filho, um jovem de hábitos comuns, simplicidade e de busca da santidade. Gostava de surfar, vestia jeans e tomava coca cola.

Em sua vida o maior exemplo foi a doação na Medicina e depois no ingresso no Seminário da Arquidiocese do Rio de Janeiro. Sonho de ser padre e servir aos pobres, missão já assumida na Medicina.

 

Um jovem e sua trajetória de vida e a busca da santidade. Simples, amigo e exemplo de fé marcam sua historia.  Era um excelente surfista, que ansiava ardentemente por uma Onda Maior

Guido gostava de dizer que Jesus tinha sido o primeiro surfista, porque caminhou sobre as águas. Junto com outros jovens do Rio, ele cresceu em contato com o mar, a mata e a montanha; praticou surfe, ciclismo e futebol. Eram coisas das quais ele gostava e às quais se acostumou desde cedo. O surfe, em particular, foi tornando-se um lugar de oração. Para Guido, a prática esportiva ia tornando-se um campo para viver a fé. Filho de pais católicos fervorosos que além da prática dominical, tinham uma forte vida de oração e cultivavam um bom exemplo de cristãos na vida profissional. Recebeu a vida de fé de sua família, tendo a sua mãe, Nazareth, um papel muito importante. Ela foi organizadora de um grupo de jovens, onde Guido, ainda adolescente, convidava os amigos para participarem.

– Todos os livros me agradam muito. Especialmente “Guido Schäffer, Apóstolo da Palavra e da Paz”, escrito por Dom Justino que foi professor de Teologia do Guido. Este livro tem os escritos de Guido, comentado por Dom Justino, a luz das Sagradas Escrituras.  O Anjo Surfista foi escrito por um escritor e novelista português que vindo ao Rio conheceu a sua história, ele escreveu o livro para a JMJ Rio e fez um documento que foi comprado pela GNT. “Prophetes de la Joie “ foi escrito por Daniel Ange, fundador da Comunidade Jeunesse Lumiere, ele é belga e o livro foi publicado lá , e na França e na Suíça. Conta a história de 14 jovens, entre eles o Guido. – conta sua mãe.

Ao entrar na medicina, o jovem a todo momento testemunhava a sua fé. Vivia conforme os valores cristãos da cordialidade, temperança, caridade e justiça, optando pela medicina geral, que era a especialidade que lhe permitia avaliar o paciente de uma forma mais completa e total. Em 2000, uma equipe organizada pela mãe de Guido viaja à Europa para a beatificação dos mártires do Rio Grande do Norte: André de Soveral, Francisco Ferro e companheiros. Foi durante essa viagem que o surfista anunciou à sua família a intenção que vinha amadurecendo: sentia-se chamado ao sacerdócio e queria deixar tudo para ir para o seminário. E assim o fez.

A vida do jovem surfista chamou a atenção do Pe. Ricardo Figueiredo, que escreveu o livro Um “santo” surfista que afirma que afirma que este livro é um contributo para a caminhada pós-sinodal para qual a Igreja está convocada. O livro foi publicado pela primeira vez em Portugal, quando a Igreja começava a trilhar o caminho para a XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos bispos, realizada em 2018, sob o tema: Os jovens, a fé e o discernimento vocacional.

O grupo de amigos do Guido tinha uma tradição: quando algum deles casava, na véspera faziam a despedida de solteiro praticando o surfe. Quando seu amigo Eduardo Martins marcou a data de casamento para 2 de maio de 2009, a tradição não poderia ser quebrada. Guido que estava na casa dos pais para o casamento, também foi surfar. Guido estava sentado na prancha no momento em que passou mal e caiu no mar. Sua despedida contou com uma multidão de pessoas. “Com sua morte, como grão de trigo, deu muito fruto. Assim, esse livro que agora publico pretende fazer chegar a força da vida de Guido a muitos jovens”, diz  Padre Ricardo Figueiredo.

Texto: Ricardo Gomes – Diocese de Campos

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